A Máfia Chegou aos Gramados

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Viva! Viva! Mais um absurdo no país da corrupção. Renan Calheiros? Não, Mensalão? Não, Paulo Maluf? Também não, agora foi a vez do futebol pentacampeão. Isso mesmo, a roubalheira chegou aos gramados tupiniquins.

 

Mas a história não começou hoje, ela teve início no Campeonato Brasileiro de 2005, que acabou separado em duas partes. Não propriamente em primeiro e segundo turnos, conforme previa originalmente a tabela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mas em “antes e depois do escândalo do apito”. A denúncia que explodiu na noite de sexta-feira, 23 de setembro, sobre um esquema de manipulação de resultados, via internet, serviu como um decisivo divisor de águas, e por que não dizer reversor de titulo, não é?

 

Durante a semana seguinte muito se discutiu sobre qual decisão tomar em relação aos 11 jogos apitados pelo paulista Edílson Pereira de Carvalho, que confessou sua participação no esquema. Até que, na manhã de domingo, 2 de outubro, com metade da 29ª rodada já realizada, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, anunciou a anulação de todas as partidas suspeitas. Neste mesmo dia, a tarde, o até então líder a horas atrás, Internacional, caiu para a terceira colocação pela “canetaço”, então o beneficiado pela decisão judicial passa a ser o Corinthians, clube que nos últimos anos montava elencos medíocres ebrigava sempre pelo anti-descenso no brasileirão, que acertara uma “parceria” com a MSI do russo Boris Berezovski, representada no Brasil pelo iraniano Kia Joorabichian, neste mesmo ano, empresa injeta milhões no clube, isso mesmo, aquele mesmo clube do Parque São Jorge, que tem uma grande torcida mais que nunca ganhou nada relevante. Lavagem de dinheiro? Sem provas, ainda.

 

Mas, tudo que está ruim pode piorar, ou visto com olhos alvinegros, tudo que está bom pode se tornar perfeito. Mesmo abatida, a equipe gaúcha da terra onde vontade e garra são palavras de ordem, continua sua luta pelo título nacional, assim como os paulistas com poupa de milionários. Até que chega o dia 20 de novembro, data em que as duas equipes se enfrentam, o jogo é considerado a final antecipada e em São Paulo, mas pouco importa. O Inter joga melhor e até conquistaria a vitória se não fosse mais um erro, dessa vez do árbitro Márcio Rezende de Freitas, que não marcou pênalti claríssimo no volante colorado Tinga e ainda expulsou o atleta. São fatos de mais para um brasileiro só, e ainda todos tem o clube da “parceria” beneficiado, esse é o Brasil. Ao final do campeonato apenas uma equipe poderia sair campeã depois de todos esses acontecimentos, e foi ela mesma, a milionária, da “parceria”, do investidor russo, do pênalti não marcado, que se beneficiou dos jogos anulados, ufa! O grande, Sport Club Corinthians Paulista.

 

No final, o Internacional terminaria um ponto à frente do Corinthians se não fosse o “fator Edílson”, tentando a vitória em um recurso requerido por um torcedor pedindo a anulação dos jogos repetidos, o clube gaúcho, pressionado pela CBF e até pela Fifa, fez o torcedor desistir da ação desistiu da ação. Viva o país da lambança.

 

No ano seguinte a MSI mostrou sua verdadeira cara: o dono é ligado à Máfia Russa e está foragido na Inglaterra; o iraniano tem cinco identidades e em países diferentes; Berezovski e Joorabichian estão na lista de procurados pela Interpol. Roubo no campeonato? Sem provas, ainda.

 

Chega 2007 e tudo está calmo – O Inter havia ganho o continente e o mundo em 2006 – até que surge o presidente do Corinthians de 2005, Alberto Dualib e faz a confissão em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. “Nos últimos cinco jogos nós tínhamos 14 pontos na frente (do Inter) e chegamos (faltando cinco rodadas a vantagem era de seis pontos e não de 14) um ponto só, foi roubado”, e ainda conclui “Se não tivesse aquela m… daquela anulação de 11 jogos, nós estaríamos fora… porque o campeão de fato e de direito seria o Internacional”, completa Dualib, durante conversa com Renato Duprat, empresário ligado ao grupo MSI, ocorrida no ano passado. E agora meu Brasil? Vai acabar em pizza como todas as CPI’s e tudo que vai para senado?

 

Bom, o STJD decidiu abrir inquérito para investigar as declarações de Dualib. Será que vai haver justiça? Há, lembrei, o atual presidente do STJD, Rubens Approbato Machado é corintiano e faz parte do conselho do clube.

 

Que a justiça seja feita, seja qual for e que os culpados paguem pelo que fizeram sejam eles quem for.

 

Salve!Salve! O país da corrupção. Em terra de pilantragem, quem tem ética é rei.
Texto de Fernando Cunha ©

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