Óleo de Fritura Causa Problemas ao Meio Ambiente

0 Flares Twitter 0 Facebook 0 0 Flares ×
Quando as donas de casa desejam fazer pratos deliciosos que precisam de fritura, como batata frita, pastéis, bolinhos, entre outros, usam o famoso óleo vegetal, ou simplesmente, óleo de cozinha. Mas depois da degustação é que chega o problema. O que fazer com o óleo já usado na fritura? O resultado é que, na maioria das vezes, esse óleo é jogado na pia, no ralo ou mesmo no lixo comum.

 

Seja qual for a opção escolhida, custará caro ao meio ambiente. O despejo indevido na rede de esgoto ou nos lixões contamina água, solo e facilita a ocorrência de enchentes.

 

Os óleos vegetais são extraídos de plantas chamadas oleaginosas, em geral de seus frutos. São retirados de uma forma bruta e passam por processos químicos e físicos de refinação para serem consumidos como alimento.

 

O grande problema é o óleo depois de usado em frituras. Segundo Jussara Kalil Pires, ex-diretora e atual primeira secretária da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-RS), o destino do óleo pode prejudicar e muito a natureza. “Chega a ser assustador como existem pessoas que ainda jogam o óleo pelo ralo da pia, são inúmeras as conseqüências que pode causar. São as tubulações entupidas, é a camada gordurosa que deixa nos rios, que faz com que ocorram problemas na oxigenação. Além de trazer problemas para seu próprio dia a dia, ainda prejudica os peixes e o solo”.

 

Jogando pelo ralo o acúmulo de óleo e gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos nas redes de coleta, além de provocar graves problemas de higiene e mau cheiro.

 

Em São Paulo, para minimizar tais riscos a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ressalta a instalação de Caixas Retentoras de Gordura nas residências.

 

A existência de caixa de retenção é, inclusive, uma exigência para instalação da primeira ligação de esgoto em alguns ramos de atividade, a exemplo de restaurantes, lanchonetes, padarias, supermercados e shoppings centers, entre outros previstos na legislação.

 

O óleo que chega intacto aos rios e as represas, flutua sobre a água – já que é mais leve e não se mistura – e pode impedir a entrada da luz que alimentaria os fitoplânticos, organismos essenciais para a cadeia alimentar aquática. Além disso, o site Planeta Sustentável (http://planetasustentavel.abril/.com.br) estima que um litro de óleo, em contato com rios, chegue a contaminar um milhão de litros de água, equivalente ao consumo de uma pessoa em 14 anos. No contato com o solo, o óleo tem a capacidade de impermeabilizá-lo, dificultando o escoamento de água das chuvas, propiciando o local para enchentes.

 


A dona de casa, Ana Nerva, há dois meses mudou a forma com que se desfaz do óleo usado. “Antes eu jogava na pia, depois fiquei sabendo que isso prejudica o meio ambiente. Então, fomos avisados sobre o que deveria ser feito. Hoje, quando vou jogar fora coloco numa garrafa de plástico e separo no lixo do condomínio”.

 

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) lançou em julho o Projeto de Reciclagem de Óleo de Fritura. Uma parceria entre o órgão e três empresas que darão um destino ambientalmente correto aos óleos. Pelo convênio, a população poderá entregar o óleo de fritura usado acondicionado em uma garrafa plástica ou recipiente de vidro em um dos 36 postos do Departamento, distribuídos em todas as regiões da cidade.

 

Marina Reis, Engenheira Química responsável pelo projeto, acredita que os números de recolhimento devem aumentar nos próximos meses. “Já arrecadamos cerca de seis mil litros de óleo de cozinha. Muita gente ainda não sabe destes pontos que temos. Estamos tentando divulgar ao máximo os pontos de recolhimento, para que vire hábito de todos entregarem o seu óleo aqui”.

 

As empresas Celgon Agroindustrial Ltda., Faros – Indústria de Farinha e Ossos Ltda. e Oleoplan SA. recolherão os óleos dos postos do DMLU e os encaminharão para reciclagem.

 

Dentre as diversas possibilidades de reciclagem do óleo de fritura destacam-se a produção de resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e biodiesel, entre outras finalidades.

 

Segundo Paulo Ricardo Guimarães, contínuo do DMLU, só a divulgação pode fazer com que a população se conscientize sobre o mal ao meio ambiente que podem estar causando. “Esta informação deve chegar à população das mais diversas maneiras. A divulgação nos jornais, na TV, em todas as mídias é o melhor jeito para se atingir a todos. No DMLU, vamos às escolas explicar o mal que pode estar sendo feito em suas próprias casas e as crianças acabam falando para seus pais fazerem o correto. Continuaremos divulgando o projeto de recolhimento, para que a entrega seja cada vez maior em nossos postos”.

 

Jussara Kalil Pires, da ABES-RS, compartilha a mesma ideia, de que somente a divulgação pode conscientizar. “Os problemas deveriam estar na boca de todos e serem mais divulgados na imprensa. A população muitas vezes nem fica sabendo desta possibilidade de entrega do óleo nos postos do DMLU. O ato de não jogar em qualquer lugar o óleo usado deveria ser divulgando na mídia em geral, jornais de bairro e internet”.

 

Enquanto a população não se conscientiza por completo, os problemas causados pelo óleo de cozinha jogado no meio ambiente continuam.

 

Mais informações sobre os postos do DMLU, pelo telefone: 3289-6999.

 

Reciclar óleo de cozinha contribui para diminuir aquecimento global

A simples atitude de não jogar o óleo de cozinha usado direto no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global.

 

A decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. O óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo da pia, acaba chegando ao oceano pelas redes de esgoto, em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano, através de uma ação anaeróbica (sem ar) de bactérias.

 

Agricultor adapta carro para usar Óleo de cozinha

 

Paulo Roberto Lenhardt, 52 anos, de Montenegro, adaptou sua caminhonete a usar óleo de cozinha como combustível. O motor funciona com dois sistemas paralelos. O primeiro com óleo diesel, para dar o arranque, logo depois é girada a chave para o carro andar apenas com o óleo de cozinha. Segundo Lenhardt, as adaptações necessárias no veículo custaram em média R$ 3 mil e o desenvolvimento e a capacidade do motor não são alteradas.

 

Apelidado de ‘pasteleira’, – pelo cheiro que solta que no ar – a caminhonete de Paulo faz pelo menos dez quilômetros com um litro de óleo de fritura. Já são mais de 100 mil quilômetros rodados! Portanto, mais de 10 bilhões de litros de água dos rios escaparam da poluição, só com a ajuda da “pasteleira” de Paulo.

 

A produção do combustível

 

20 dias é o tempo que demora na linha de produção para reciclar. Começa com duas semanas de repouso, para decantar os resíduos. Mais uma, misturado com água, para separar o sal. Por fim, uma fervura, para evaporar essa água e está pronto. Assim, ele fica mais fino, mais parecido com o diesel original. O motor a diesel nasceu a óleo de amendoim. Foi a indústria do petróleo que adaptou para o óleo diesel. Paulo faz o inverso. Ao todo são 15 restaurantes da cidade, que entregam a Paulo o óleo usado. Com esses fornecedores fixos, Paulo garante combustível para outra caminhonete e mais dois tratores.

 

Smam segue o exemplo

 

Semelhante a este processo, foi a parceria firmada entre PUCRS e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Produzido pelos alunos de Química, o combustível abastece veículos coletores de lixo em praças e parques de Porto Alegre.

 

De acordo com o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, o biodiesel será utilizado nos 24 tratores que recolhem lixo nas praças e parques da Capital. A intenção, segundo ele, é estender o uso a todos os veículos a diesel da Smam e, depois, a toda a frota da prefeitura.

 

A professora coordenadora do projeto, Jeane Dullius, destacou que o gás carbônico gerado pela queima do biodiesel é reabsorvido pelas oleaginosas. Ao se combinar com a energia solar, ele realimenta o ciclo, neutralizando suas emissões. Isso, acrescentou ela, contribui para a redução do efeito estufa e da poluição atmosférica.
Texto de Fernando Cunha ©

Um comentário em “Óleo de Fritura Causa Problemas ao Meio Ambiente

  • março 27, 2009 em 8:08 pm
    Permalink

    Achei tudo o q precisava, muito bacana, eu estou fazendo um curso tecnico em meio ambiente e achei tudo o q precisava sobre o oleo de cozinha..
    grata

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

0 Flares Twitter 0 Facebook 0 0 Flares ×