Sete anos de insanidade

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Espetáculo Terça Insana, que se tornou um dos mais longevos e influentes do humor brasileiro fez três apresentações em Porto Alegre

 

O sucesso Terça Insana levou ao palco do Teatro do Bourbon Country, na semana passada, dias 11, 12 e 13, um humor que o público brasileiro se acostumou a ver na televisão, através dos famosos Zorra Total e A Praça É Nossa. Mas a diferença está no texto, mais sutil e avesso a decaídas para a piadas chulas. Além disso, não são aceitas, por exemplo, imitações de famosos, piadas com minorias e novas versões de personagens que passaram pelo show.

 

Para quem não sabe, a mentora do projeto, Grace Gianoukas, é gaúcha, radicada em São Paulo desde 1984. Ela dirige e cuida da redação final.

 

O Terça Insana nasceu no fim de 2001. Gianoukas, veterana do cenário alternativo na São Paulo da década de 80, foi convidada a ocupar o N.Ex.T. (Núcleo Experimental de Teatro), misto de clube e teatro localizado no centro da cidade. Ela chamou seus amigos mais próximos, os humoristas Marcelo Mansfield, Roberto Camargo, Octávio Mendes e ainda Marcelo Médici, um ator que vinha se destacando no cenário humorístico e montou o Terça Insana.

 

A formação atual do espetáculo é a mesma desde de 2006, que além de Gianoukas, conta com a paulistana Agnes Zuliani, que tem influências da stand-up comedy – um tipo de humor popular nos Estados Unidos, no qual o comediante enfrenta a platéia de pé, munido apenas de um microfone-, o paulistano Guilherme Uzeda, que trabalhou como psicólogo e atuava em peças infantis, o também paulistano Marco Luque, – ex-jogador de futebol, que foi centroavante do Santo André e atuou em duas equipes da segunda divisão do futebol espanhol -. Hoje, Luque interpreta dois dos personagens mais populares do Terça Insana – Jackson Five e Silas Simplesmente, desde março, ele é um dos apresentadores do programa CQC, da TV Bandeirantes. O quinto elemento é Roberto Camargo, que ao lado de Gianoukas, é o único remanescente da formação original.

 

O sucesso dos personagens rende convites de emissoras de TV e rádio. “Eu já fui convidado duas vezes para fazer o Zorra Total, mas a minha prioridade é o Terça Insana”, diz Luque. Uzeda recusou um convite para estrelar uma série de comerciais de cartão de crédito. “Quero ser conhecido pelos meus quadros, não pelo cartão”, afirma. É um bom negócio participar do Terça Insana. O elenco divide algo em torno de R$ 30 mil por apresentação no Avenida Club e faz ao menos oito shows por mês em outros palcos, com idêntico cachê. Ainda, neste ano, serão lançados dois DVDs com os melhores momentos da história do espetáculo. O grupo espera usá-los como cartão de visita para ampliar a agenda de compromissos.

 

Quem compareceu às apresentações na capital saiu satisfeito. “Sempre que o Terça Insana está em cartaz aqui eu dou um jeito de ir, realmente é um teatro diferente”, diz a publicitária Ida Bochernitsan.

 

Agora resta esperar para que não demorem muito para voltarem ao solo gaúcho.
Texto de Fernando Cunha ©

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