Número de veículos usados financiados ultrapassa o de zero quilômetro
O impacto da atual crise que nosso País vive chegou na forma com que os brasileiros adquirem bens. Pelo menos, esse é o resultado de um levantamento que o jornal Estado de São Paulo, solicitou a Unidade de Financiamento da Cetip, empresa que atua do na área de financiamentos.
De acordo com a análise, pela primeira vez desde 2011 (ano que a Cetip passou a fazer o estudo), os carros de quatro a oito anos são mais financiados que o carro zero.
Levantamento em números
Apenas no primeiro trimestre desse ano, o número de financiamentos de veículos com quatro a oito anos de uso cresceu 3% em comparação ao mesmo período de 2014. Já o carro zero quilômetro, neste mesmo período, teve uma queda de 16,8% nos financiamentos, contribuindo para o resultado final do primeiro semestre.
Nos seis primeiros meses de 2015, 35,51% dos financiamentos de veículos foram dos que possuem de quatro a oito anos de uso, contra 35,1, das unidades zero quilômetro.
Consumidor alterou seu comportamento
A retomada da cobrança integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos novos ajudou a modificar esse cenário. Quando a economia estava aquecida, o consumidor continuou apostando no carro zero, mas quando a condição financeira piorou, os investimentos passaram a focar no menor preço e na parcela que poderia se adequar melhor ao orçamento.
A crise no bolso e a alta dos veículos novos fez com que o consumidor se afastasse mais do sonho de ter um carro zero quilômetro. Fora isso, o seminovo ainda tem um poder de barganha maior e aquele usado mais antigo que o consumidor possui é colocado na troca como entrada com maior facilidade.
Para ficar atento
Mesmo com o valor à vista menor, o seminovo, no momento de financiá-lo, geralmente conta com uma taxa de juros maior. Portanto, é preciso estar atento se é a melhor escolha e se no final do montante financiado realmente valerá a pena. Segundo dados do Banco Central, a taxa de juros para a compra de veículos varia entre 0,8% e 4.1%, ou seja, dependendo da condição, pode variar muito o valor final do veículo.