Saúde e Futebol
A Saúde Como Base Para a Pratica do Futebol
Poucos sabem dos inúmeros cuidados e recomendações que o atleta deve seguir
Acostumados com um país vencedor e com jogadores diferenciados no futebol, a maioria da população brasileira sabe muito pouco do que realmente acontece por trás das câmeras e de que forma os jogadores buscam uma estrutura e uma saúde adequada para a pratica do esporte.
Inúmeros fatores são imprescindíveis para um jogador de futebol, exercícios físicos, alongamentos, alimentação adequada, hidratação e prevenções.
A nutricionista do Grêmio, Dr. Roberta Vieira perguntada sobre a base alimentar que o atleta precisa, diz: “ Como um atleta tem um gasto elevado de energia, deve ter um consumo maior de carboidratos e proteínas. A gordura, consumida moderadamente, também é importante”.
Afim de uma base corporal que suporte o exercício físico elevado de um atleta, a boa alimentação se mostra um fator imprescindível para o bom desenvolvimento do futebol.
O diferencial para que o jogador consiga suportar o desgaste físico excessivo do futebol é o preparo físico. Em um esporte que ao mesmo tempo jogadores variam tanto de idade e também pode fazer com que jogadores acima da casa dos 30 anos sejam considerados com idade elevada para jogar profissionalmente, é nos testes físicos e no jogo que os atletas considerados “velhos” para o futebol evidenciam isso, com um menor rendimento de resistência e ritmo em relação aos demais, mesmo assim não tem privilégios em nada como garante o preparador físico da Seleção brasileira de futebol e também do Internacional, Paulo Paixão: “Nos testes físicos não tem diferença de idade, todo mundo faz os mesmo testes, através dos testes eles vão determinar com que cargas eles devem trabalhar, mas isso independe de idade”, quanto à forma de treinamento físico, Paixão enfatiza: “Em treinamento físico não podemos falar em tempo, a gente trata tudo como tarefas, oque existe são tarefas a serem cumpridas, na pré-temporada devemos dar ênfase a testes de força e resistência para que o atleta consiga suportar a temporada inteira, para isso ele precisa dessa base”.
O treinamento físico ainda serve para o fortalecimento das pernas e tronco, aumento da massa muscular das pernas e aumento do tecido ósseo dos membros inferiores e como o futebol é um esporte que envolve competição, o nível de adrenalina aumenta em alguns momentos do jogo. Dessa maneira, aumentam também os batimentos cardíacos e a capacidade física.
Caso a pessoa não tenha um condicionamento físico de base – treinamento da musculatura esquelética e exercícios aeróbicos – a proteção às articulações fica reduzida, assim como o condicionamento físico. O alongamento também é uma prática fundamental para o bom funcionamento do corpo e proporcionando maior agilidade e elasticidade. Essencial para o aquecimento e relaxamento dos músculos, hoje no futebol é uma atividade incorporada ao exercício físico. A utilização do aquecimento antes de treinamento e partidas de futebol é uma prática comum para reduzir as tensões musculares que podem vir a acontecer, além de ativar a circulação e prevenir possíveis lesões.
O atleta Fabiano Eller do Internacional sabe da importância do treinamento físico e diz: “ É oque dá condicionamento físico para o atleta, acompanhado do coletivo, mas se você fizer só o treino coletivo, com bola, você não vai estar preparado para entrar em campo e corresponder os 90 minutos, por isso o treinamento físico é um dos fatores mais importantes do futebol.” O goleiro Clemer também do Internacional acrescenta: “ O treinamento físico junto com o alongamento é fundamental até mesmo para diminuir os riscos de lesão, tem que estar com organismo preparado e para isso temos nossa preparação física e quanto mais qualificada ela for, as chances de lesão dentro do que você faz será mínima ”.
Importantíssima também para o atleta é a hidratação constante com água e bebidas isotônicas, durante os jogos de futebol diminui os efeitos da desidratação e pode melhorar o desempenho dos atletas, a necessidade da hidratação se dá pelo fato de a água ser um nutriente indispensável ao corpo humano, pois sem carboidrato, o atleta pode ter, no máximo, uma queda de desempenho, mas a falta de água pode até mesmo colocar sua vida em risco.
Nos últimos anos, nos deparamos com inúmeros casos de morte de atletas em pleno o campo de jogo, o caso mais próximo de todos nós aconteceu no campeonato brasileiro de 2004, com a morte do então jogador do São Caetano, Serginho. O Atleta morreu após sofrer parada cardiorrespiratória, mesmo ciente de que o zagueiro de 30 anos tinha cardiomiopatia hipertrófica assimétrica (doença em que o coração incha), o São Caetano o escalou 47 vezes. Há pelo menos três tipos de tratamento para a doença: 1) medicação, 2) aparelhos, com o uso de um desfibrilador automático implantável (que provoca choques elétricos quando o coração pára), 3) intervenção cirúrgica (reconstrução da parede do coração e transplante do órgão).
Na verdade o exercício físico é tido até mesmo como parte de prevenção para doenças cardíacas, mas João Zanini, responsável pela parte médica do Porto Alegre Futebol Clube, explica a tese: “Todos devem fazer exercícios físicos, para prevenir doenças cardíacas. Mas que seja com delimitações e restrições se for de maneira competitiva”.
Depois desse trágico acontecimento é obrigatório que além de ter uma equipe médica no estádio ela contenha um desfibrilador, o árbitro não pode dar inicio a partida sem que haja essa equipe, seja em qual jogo for, de qualquer campeonato, se tornou uma obrigação.
Assim como o atleta profissional precisa de um preparo e alimentação direcionada a pratica do esporte, também necessita de um estudo aprofundado sobre suas delimitações e sua aptidão para que exerça a profissão de maneira adequada.
Texto de Fernando Cunha ©