Personagens da História – Chico Mendes

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“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiros, depois pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”.

Acreano de Xapuri, nascido em 1944, Chico Mendes (Francisco Alves Mendes Filho) foi líder seringueiro, sindicalista e ativista ambiental.Desde criança, dedicou-se à atividade de seringueiro, ajudando o pai. Em 1975, tornou-se secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, no Acre.

Em 1977, ajudou a fundar o Sindicato de Xapuri, cidade onde lutou ativamente contra o desmatamento e a exploração da terra. Nesse ano, foi eleito vereador, pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Por sua incessante luta em defesa da Amazônia, foi muitas vezes ameaçado de morte por proprietários rurais, que tinham interesse na exploração da mata selvagem.

No início dos anos 80, foi torturado e enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Nessa época, foi um dos dirigentes do PT (Partido dos Trabalhadores). Em 1982, assumiu a presidência do Sindicato de Xapuri. Tentou uma vaga de deputado estadual pelo PT, mas foi derrotado nas eleições. Alguns governantes o acusavam de impedir o progresso do estado do Acre.

Em outubro de 1985, promoveu a criação do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). Tornou-se um líder de âmbito nacional. Abraçou também a causa dos índios, que eram expulsos de suas reservas para que se implantassem projetos financiados por bancos internacionais.

Em 1987, Chico Mendes leva as denuncias sobre a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros ao Senado norte-americano e à reunião do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que ganham repercussão internacional. A partir de então os financiamentos internacionais aos projetos devastadores da floresta são suspensos, implantando-se as primeiras reservas extrativistas no Acre.

Chico Mendes recebeu vários prêmios e reconhecimentos, nacionais e internacionais, como o prêmio “Global 500” oferecido pela ONU, em 1987, em defesa da ecologia.

Com a instalação de uma unidade da UDR (União Democrática Ruralista) no estado do Acre, Chico passou a receber constantes ameaças de morte. Ele próprio denunciou fazendeiros que tinham intenção de matá-lo, e pediu garantias de vida aos governantes locais.

Apesar disso, continuou sua peregrinação por vários estados brasileiros, expondo sua tese “Em Defesa dos Povos da Floresta” em palestras, congressos e seminários. Participou da implantação das primeiras reservas extrativistas do estado do Acre e foi eleito suplente da direção nacional da CUT (Centra Única dos Trabalhadores).

Em 22 de dezembro de 1988, foi assassinado por capangas do fazendeiro Darli Alves da Silva, que já era suspeito de ter cometido outros crimes contra seringueiros e líderes sindicais. Dois anos após o crime, Darli e seu filho, Darci Alves Pereira, foram condenados a 19 anos de prisão. Em 1993, fugiram do presídio de Rio Branco, tendo sido recapturados em 1996.

Chico era casado com Ilzamar Mendes e tinha dois filhos, Sandino e Elenira. Após sua morte, Chico Mendes recebeu algumas homenagens no exterior. Nos E.U.A., foi produzido um documentário sobre sua vida, Chico Mendes: Voice of the Amazon, em 1989. No mesmo ano, o cantor e compositor inglês Paul McCartney incluiu a música How Many People?, dedicada à memória de Chico, no álbum Flowers in the Dirt.

Em 2007 foi criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia responsável pela gestão das unidades de conservação federais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.

Jogo Rápido:

Nacionalidade: Brasil (Acre).

Nascimento: 1944

Morte: 1988

Causa da Morte: Assassinato cometido por capangas do fazendeiro Darli Alves da Silva. Desde a metade dos anos 70, Chico Mendes já era ameaçado por proprietários rurais devido a sua incessante luta em defesa da Amazônia.

Função na História:

* Seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro;

* Secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, no Acre (1975);

* Vereador, pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em 1977;

* No início da década de 80 foi um dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT);

* Criador do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), em 1985;

* Suplente da direção nacional da Centra Única dos Trabalhadores (CUT), em 1986;

* Recebeu em 1987, o prêmio “Global 500” oferecido pela ONU, em defesa da ecologia.

Texto de Fernando Cunha ©

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