Sempre amaremos Porto Alegre

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Porto Alegre é uma cidade meio maluca, onde a Praça da Matriz não se chama Praça da Matriz, o Rio Guaíba não é rio, a Rua da Praia não se chama Rua da Praia (e nem praia tem mais), o Parque da Redenção não se chama Redenção, o Harmonia não se chama Harmonia, entre tantas outras coisas, mas agradeço aos 60 casais Açorianos que chegaram aqui há 268 anos e deram início a essa loucura que vivemos hoje. Porto Alegre seria fundada oficialmente 20 anos depois, com o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais. Em 2020, Porto Alegre tem 248 anos.

Mesmo que na Revolução Farroupilha, Porto Alegre estivesse na contramão do estado, já que era uma revolução da Campanha, e cultua com estátuas Bento Gonçalves e o General Netto que tanto bombardearam nossa Capital quando os Farrapos tomaram nossas ruas em 20 de setembro, Porto Alegre tem muita história para contar.

A Capital viu em 61 o Governador Brizola defender a Legalidade na Praça da Matriz para que o Jango assumisse a presidência (após Jânio Quadros renunciar). Dias depois, Jango foi aclamado na Praça da Matriz e assumiu o governo federal no regime parlamentarista.

Na mesma Praça da Matriz em 90, quem lembra daquele conflito do campo pela reforma agrária? uma batalha campal em pleno o coração de Porto Alegre, com policial degolado a golpe de foice e tudo.

Porto Alegre é polarizada (ou seria dualista?) e passional. Tudo é grenalizado, sempre A ou B. Faltam nuances. A falta de debate e a cabeça dura de muitos não gera espaço para mudar e evoluir. Testar novos caminhos? Não, de jeito nenhum, já escolhi meu lado e morro abraçado com minha escolha. “Sou assim e pronto!” Esses são os argumentos.

Porto Alegre se confunde entre metropolitana e provinciana, entre bairrismo exagerado e saudosismo que por vezes valem a pena e outras nem tanto. Ainda somos um pouco assim. O regionalismo exacerbado, esse culto romantizado às raízes podem ser qualidades em alguns momentos, mas nunca devemos esquecer de olhar para o futuro.

Quanto mais Porto Alegre gira em torno de si, mas tempo perdemos de olhar para o mundo, de conquistar resultados maiores. É difícil quando falamos para alguém de fora que eles devem conhecer a Capital gaúcha. Qual o atrativo? Não somos polo de tecnologia, de criação, de música, de gastronomia, nem comercial, até a vida noturna e a boemia vem perdendo força nos últimos anos. Claro, ainda temos eventos culturais, museus, contamos com uma grande área verde, maior até do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As melhorias na orla do gasômetro foram importantes, ressuscitaram um pouco do brilho no olho do porto-alegrense referente a cidade. Porém, a sensação é que ainda falta algo.

Mas seguimos em frente. Afinal, de crítico e reclamão, todo o porto-alegrense tem um pouco! E mesmo com tudo isso, não esqueça: Sempre amaremos Porto Alegre! Que o vento que sai do Guaíba e balança o roxo dos Jacarandás sempre leve Porto Alegre por um bom caminho.

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